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8 de out. de 2013

Diário de auto-estima #4 - Dia das crianças


A linda da Lu Sanches postou essa frase em seu mural do facebook, e ela é bem intensa, digamos assim e nos convida à uma reflexão.

Eu não lembro direito de como eu era quando criança. Lembro de querer ter a coleção inteira da Barbie (cê jura?).
Lembro de gostar de ver arco-íris... lembro de gostar de cantar e dançar... lembro que amava escrever...
Lembro de adorar ir na casa das pessoas, das minhas ditas amigas, e a minha mãe sempre me dizia que eu tinha que deixar as pessoas virem atrás de mim, que eu precisa me dar valor e não ficar como um cachorrinho atrás de atenção... (duras palavras, que hoje fazem um pouco de sentido).
Lembro que eu queria crescer para poder cuidar da minha vida...

Quanto a ter orgulho da pessoa que sou hoje... Sim, em alguns aspectos.

Tenho orgulho do meu trabalho, digno e honesto.
Tenho orgulho de poder dizer que eu lutei para chegar até aqui de forma limpa.
Me orgulho da família que formei, do marido pelo qual me apaixonei, dos filhos que tenho.
Me orgulho de tentar, de sempre tentar...

Mas não posso me orgulhar de:
- ter gasto tanto dinheiro sem necessidade e sem tê-lo de fato,
- ter vacilado com a saúde em pouco tempo,
- ter me afastado dos meus amigos,
- ter deixado de ser eu mesma para agradar a algumas pessoas,
- não ter lutado o suficiente...

Mas acho que o que menos me orgulho é de escolher com um pé no passado... de tomar uma decisão e não levá-la às últimas consequências; não de desistir, mas de não saber como insistir...

Se eu pudesse, eu diria à criança que eu fui para não comer muitos doces, principalmente balas, para ajudar com afinco nas tarefas de minha mãe em casa, para não ser conivente com o erro dos outros amiguinhos, para ir dormir cedo.
Para não chorar se um colega na escola não ia com a minha cara... Para não ligar para brincadeiras maldosas que os outros faziam... Para não acreditar em tudo que me diziam, se possível conferir por si mesma.
Para aproveitar o tempo livre, brincar muito e não ligar se as outras meninas tinham namoradinhos... tudo tem seu tempo. E como sei disso hoje!
Eu diria à Lígia de 20, 25 anos atrás que nada na vida vale tanto quanto um bom amigo ou um bom vizinho, ou um bom livro. Que é bom ser pontual, e que tudo tem um preço... uns são mais salgados que outros.

Bom, no fim das contas, sim, a criança que fui teria orgulho do o adulto que sou hoje. E do adulto que ainda posso ser!